segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

DETALHES DA PONTA NASAL NO TRATAMENTO E CONCEITO DE "TRIPÉ"

Independentemente da abordagem cirúrgica, o princípio que guia a correção da ponta nasal larga é de manter e aumentar a integridade estrutural da ponta.
O tratamento cirúrgico pode ser dividido basicamente em 3 categorias. Em primeiro lugar, sutura para reformular os domus ("joelhos" das cartilagens alares que formam a ponta nasal). Este é um método comumente utilizado para alcançar redução significativa da ponta com longa duração. A divisão do domus  é outro método utilizado para definir a ponta bulbosa nasal (pessoalmente, utilizo pouco esta conduta). Os enxertos de cartilagem oferecem uma terceira abordagem que pode dar a aparência de uma ponta mais harmoniosa. Além de estreitar a ponta nasal, estas abordagens têm outros efeitos previsíveis que devem ser antecipados para melhorars resultados. Em todas as técnicas, a grande dificuldade está nos detalhes e aplicação cuidadosa de cada conduta operatória é obrigatória para conseguirmos os resultados ideais.
O conceito da formação de um tripé na sustentação da ponta nasal é uma explicação simplificada da dinâmica da ponta que pode facilitar a compreensão dos possíveis efeitos das abordagens acima referidas. Neste conceito, a crura lateral (parte lateral da cartilagem alar) direita e esquerda constituem os membros superiores de um tripé, sendo a cruz medial a terceira parte desse tripé. Se alongarmos o membro inferior provocaremos a rotação para cima da ponta e uma maior projeção. O encurtamento do membro inferior faz com a contra-rotação da ponta para baixo e uma menor projeção da mesma. Por outro lado, o aumento do comprimento dos membros superiores (as duas cruzes laterais) provocam projeção aumentada e contra-rotação. Diminuindo o comprimento dos membros superiores, teremos a rotação aumentada e menos projeção.
Forças da cicatrização na região operada, características da pele, características da cartilagem e sua força inata contribuem para o resultado na redução da ponta nasal. Em pacientes com pele grossa, o estreitamento da cartilagem deve ser um pouco exagerado para mostrar através da espessa camada de tecido cicatricial que irá desenvolver. Além disso, a abordagem da rinoplastia estruturada mantem estruturas nasais mais fortes para combater as forças contráteis esperadas no pós-operatório. Isto é especialmente verdade em pacientes de raça negra e pacientes com pele mais espessa com cartilagens da ponta nasal fracas e mal posicionadas. Pacientes com pele grossa também devem perceber que seu inchaço no pós-operatório pode durar de meses a anos.
Uma compreensão das complexidades da dinâmica na ponta nasal durante a cirurgia e uma consideração cuidadosa da anatomia geral do paciente levará à escolha adequada das técnicas escolhidas.

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